É com extraordinária satisfação que volto a escrever no editorial da Revista MAGNUM.
Inicio nossa conversa convidando o Leitor a refletir sobre o momento especial pelo qual nosso país está passando.
O Brasil é hoje a 6ª economia do mundo, recordista mundial no índice de ''felicidade futura'' segundo pesquisa realizada em 140 países pela Fundação Getúlio Vargas (FGV); e mais da metade da população faz parte da Classe C. De 2003 até ano passado, 49 milhões de pessoas entraram nas classes A, B e C, sendo que a desigualdade de renda, embora seja uma realidade em nosso país, vem caindo desde 2001, ao contrário do que ocorre em os outros países ''emergentes''.
Outro fato notável é o turismo brasileiro. Segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT), as despesas dos brasileiros no exterior totalizam mais de US$ 16 bilhões em 2011, correspondendo a um aumento de 44% em relação ao ano anterior, a maior alta entre os países monitorados pela OMT.
Para se ter uma ideia do que isso representa, os gastos de turistas chineses cresceram 30,2% e, dos russos, 21%. Com estes números, não nos causa surpresa que a administração do Museu do Louvre em Paris esteja estudando traduzir para o português seus mapas e materiais multimídia.
2012, O PRIMEIRO ANO DE UM ÓTIMO FUTURO!
O primeiro editorial de um ano tende a ser quase sempre imutável, já que a orientação temática costuma ficar entre o que se fez - ou ocorreu - no ano anterior e o que se prevê - ou se propõe para aquele que se inicia.
Apesar de sermos uma publicação altamente segmentada aquela que um dia, há mais de vinte anos, se dispôs a mudar os conceitos no que se refere a Armamento, Munição e Assuntos afins - encaramos, inicialmente, o mercado em época interessante, quando os mandatários deste País ainda tinham algum tipo de discernimento lógico quanto a nosso Segmento; e de lá para cá enfrentamos certas agruras – desde censura de nossas capas em bancas de jornais e revistarias de um Estado, como se fôssemos uma revista dedicada à pornografia, até a quase impossibilidade de sermos ouvidos por outros órgãos de Imprensa já que, para muitos, os assuntos que tratava mos eram considera dos um verdadeiro tabu.
UMA PERGUNTA PARA O BRASIL: O QUE É MELHOR, PROIBIR OU EDUCAR?
Nosso assunto se relaciona às Armas de Fogo e às inúmeras investidas para proibi-las, mas proibição e educação se estendem a mui tos outros assuntos que interferem na vida dos cidadãos.
Há alguns anos, adotei o mote ‘PROIBIR É SE MOSTRAR INCAPAZ DE EDUCAR’.
Isso porque eu realmente acredito que a proibição sem estudo e indiscriminada é o resultado da desconfiança de uma classe sobre a outra, considerada inapta e que se torna objeto de controle pela falta de acesso à informação imparcial e à educação. Contudo, parece que boa par te das autor idades brasileiras e dos governantes tem predileção pelo verbo proibir. Ao contrário, a educação é deixada de lado e ao acaso.
REESTRÉIA DE UM “FILME” QUE TODOS JÁ VIMOS!
Assim como na propaganda de um prepara do para bebida láctea bem conhecido, “há mil maneiras de se fazer um Editoria l como este ” - mas resolvemos começar pelo INCRÍVEL desrespeito à opinião popular, ou seja, simplesmente sugerir que se faça um novo referendo (ou plebiscito) quanto à questão das Armas de Fogo!
Dentro de tal linha de pensamento, pode-se intuir que, daqui para frente, sempre que um resultado obtido nas urnas não agradar o governo, far-se-á outro e pronto! Humm... isso não só “cheira” a malévola intervenção mas também é, escancaradamente, uma maneira de se rasgar a Constituição Federal: desrespeitada, desta vez, a vontade do Povo, o que impede quaisquer governantes de repetir a dose sempre que lhes for conveniente?
Assim, já extrapolamos a questão das armas e passamos para uma atitude de imposição que passa bem longe do conceito de Democracia...
Não sei contar de onde vem meu amor pelas armas. Desde quando me entendi por gente,
elas já faziam parte; estavam em mim. Sei que meu gosto por leitura, o pouco de inglês
que conheço, a escolha da minha profissão, boa parte do meu círculo de amizades, minhas
convicções políticas, bem como outros tantos elementos, faces, telas e segmentos da minha vida, todos nasceram, crescem e se desenvolvem nas armas.
Inteiro com a ideia de que a história das armas se confunde com a história do próprio homem, conto simplesmente “Crer”. Crer na defesa de pessoas e coisas. Crer na legitimidade e naturalidade da Caça.
Crer nos esportes ao ar-livre; na liberdade; na coleção que zela a história. Crer no uso lúdico e sensato do bom e velho pau-de-fogo. Crer no direito de ter armas e de poder mantê-las.
2010, um ano que entrará para a história do segmento de Armas e Munições.
Especialmente do ano de 2003 para cá, tivemos uma intensa e conturbada trajetória no segmento de Armas e Munições.
No dia 23 de dezembro de 2003 era publicada a Lei 10.826, mais conhecida como “Estatuto do desarmamento”. Uma lei que trazia a certeza da proibição do comércio legal de armas e munições, anunciada por meio de um referendo popular a ser realizado no ano de 2005.
A princípio o clima era de tensão e nos retraímos. Logo depois, refletimos e - obstinados que somos -, não nos conformamos em aceitar que o direito de escolha pudesse ser tirado das pessoas. Decidimos defender esse direito e iniciar um árduo trabalho para esclarecer a população brasileira a respeito dos falsos mitos relacionados às armas e às munições.
BRINCADEIRA DE CRIANÇA VIROU QUESTÃO DE SEGURANÇA NACIONAL
ANO DE 1978 - Ronco de motor, barulho de portão, o menino larga imediatamente o que está
fazendo para receber o pai que chega de mais um dia de trabalho. Abre a porta e se depara com o sorriso do pai e em suas mãos um embrulho, uma longa caixa que parecia, para uma criança de oito anos, muito maior do que ela realmente era. Ávido, esfrangalha
o papel de embrulho com a imagem da deusa da Caça, o logotipo da extinta loja de Caça e Pesca Dia na Paolucci, que ficava no bairro do Brás, em São Paulo. Por de trás do papel outro logotipo, gravado no papelão pardo da caixa, denunciava o conteúdo. Infelizmente, os anos borraram a certeza de qual era o fabricante, mas não tiveram poder para apagar a
alegria daquele momento: o menino acabava de ganhar sua primeira “espingarda de chumbinho”!
Durante anos, nas ruas não pavimentadas da Praia Grande, aquela “espingarda” o acompanhou. Caixas de fósforos, latas de refrigerantes, soldadinhos de plástico, batatas roubadas da cozinha da mãe... eram alvos, quase tudo era um alvo, com exceção de passarinhos e lâmpadas dos vizinhos, pois o pai avisara - “se matar passarinho ou quebrar alguma coisa, perde a espingarda!” Ele sabia que o castigo era justo e certo. Jamais correria o risco de ficar sem sua companheira de aventuras verdadeiras e imaginárias.
Anos se passaram, outras tantas “espingardas de chumbinho” vieram e, infelizmente, se
foram, não restando resquícios físicos, mas deixando marcas indeléveis de uma paixão que só cresceria.
A nossa Batelha das Termópilas
Para quem não “devora” História grega, essa batalha foi travada em 480 a.C., no chamado desfiladeiro das Termópilas. Naquele local, Leônidas, rei de Esparta, acompanhado de 300 dos seus melhores soldados e não mais de 7.000 aliados, enfrentou o exército invasor
persa liderado por Xerxes, que contava com nada menos que 250 mil combatentes.
Na iminência da derrota, Leônidas ordenou que apenas os espartanos ficassem e combatessem. A resistência durou poucos dias, pois foram surpreendidos pela retaguarda,
traídos pelo soldado Efialtes, que mostrou aos persas um caminho alternativo para o ataque.
Antes de serem completamente massacrados, dada a disparidade numérica, os gregos conseguiram infligir um grande número de baixas aos persas, além de retardar o avanço das tropas de Xerxes, chegando assim ao objetivo de salvar Atenas, o que para muitos Historiadores significou salvar a nascente da civilização ocidental.
Uma das cois as realmente importante na Literatura é a capacidade de sobrevivência de um dado texto: se ele for bom - e “pegar na veia” - apresentará grandes possibilidades de ser cultuado no futuro como uma peça a ser eternamente lembrada.
Para tanto, o tal texto deverá conter algumas características que o façam entrar para esse grupo de eternidade - seja por ensinamento profundo nele contido ou, ainda, por discorrer sobre cer tos fatos que irão, de uma maneira ou de outra, espelhar o que ocorria durante o período em que foi escrito, então automaticamente se tornando documento histórico.
Isso praticamente aconteceu com um de nossos Editoriais, há muitos anos, o qual continha um terrível vaticínio - aquele relativo a, um dia, termos nossa possibilidade de Defesa Pessoal restrita através do confisco de Armamento. Nele o personagem central era um rapaz que, ao ler o que o pai tinha escrito para ele pouco antes de morrer, soube que havia, bem escondida em um ponto da propriedade onde vivia, uma arma que conseguira sobreviver ao confisco e que fora ao jovem deixada para que ele pudesse ter ao menos um instrumento de defesa, caso fosse necessário.
Nós, de MAGNUM, sentimos que era chegada a hora de mais um retor no ao Brulil, país austral de grandes propor ções territoriais - o qual já visitamos por duas vezes em passado algo recente a última em 2006; e tal relato está no Editorial da edição 96 de MAGNUM - e, devido aos Editoriais gerados através de tais viagens, vimos crescer a quantidade de cartas de parabéns à Redação.
Tal revisita teria, como escopo principal, analisar como está a situação daquele estranho país após cinco anos de uma votação imensa com relação à venda legal de armas e
munições - e pasmem: apesar de a vontade do povo ter sido bem expressa, o governo local fez questão de fingir que nada aconteceu e simplesmente ignorou - e continua a ignorar -
o assunto; e de modo desla vado. As Casas da Lei (conhecidas como a Cuia e o Domo) esqueceram dessa monumental derrota e passaram ao largo da vitória popular, fazendo
ouvidos moucos às aspirações daquele sofrido povo.
Aliás, em um interessante esforço editorial, nossa Redação e nosso Departamento de Arte trabalharam sobre uma foto de época, tirada no Brulil, e traduziram/adequaram as manchetes de alguns jornais para o português, desse modo facilitando a compreensão do assunto por nossos Leitores os quais, é claro, desconhecem a língua bruliliana.