Uma arma é, antes de tudo, uma ferramenta. Atualmente produzida de forma totalmente industrial e, em pouquíssimos casos (normalmente Armas Esportivas), com uma certa dose de trabalho artesanal na fase de ajuste e acabamento. Assim sendo, o valor de uma arma moderna não pode ultrapassar aquele que o mercado varejista estabelece.
No Brasil, é verdade, vivemos uma exceção com relação às armas de boa qualidade produzidas na Europa e EUA, isso em função das enormes restrições legais e econômicas impostas à importação de tais itens. Tomemos como exemplo um mero revólver para defesa pessoal, como um Taurus modelo 85, em aço inoxidável. Essa é uma peça que deve estar custando em nossas lojas algo como R$ 800,00. É um preço até justo se considerarmos que nosso governo as onera com impostos como 45% de IPI e 25% de ICMS!
Nos EUA, um Smith & Wesson modelo 60, que tem as mesmas características do Taurus 85 e, perdoem-me os americanófilos, com qualidade semelhante, tem um preço sugerido pelo fabricante de US$ 485.00, equivalentes a aproximadamente R$ 1.600,00. Numa primeira análise, a arma norte-americana custa o dobro da nossa. Considere, no entanto, esses valores no contexto econômico dos dois países e logo se nota que os US$ 485 do Smith & Wesson pesam no bolso de John Smith (ou seja, um estadunidense típico, equivalente ao nosso José da Silva) o mesmo que os R$ 800 pesam no bolso do tal José da Silva. Basta constatar que um Big Mac com batata fritas e refrigerante nos EUA custa por volta de US$ 4 para ver que o que estamos afirmando é algo muito próximo da realidade.
Pois bem, se alguém insistir em importar uma arma, estará pagando o preço de varejo no país de origem, que na maioria das vezes tem moeda mais forte que a nossa, acrescido ainda por impostos, taxas, licenças, serviços de despachante, etc. Mostra a experiência que o valor final chega facilmente ao dobro do preço original da arma. Embora seja essa uma possibilidade que nossa lei concede a Atiradores Esportivos e Colecionadores, é algo que só se justifica para Armas Esportivas que não sejam disponíveis no mercado nacional. Para as de Defesa, pelo exposto, sinceramente não vejo vantagem em adquirir exemplares importados.
Voltando a nosso tema central, quando nos pedem para dizer qual o valor de uma arma moderna que já foi importada e, por um motivo qualquer, está à venda, o critério aqui se divide em dois grupos:
Armas Esportivas.
Trata-se de estabelecer quanto custaria para importar uma arma igual que, como dissemos, normalmente é o dobro do preço de balcão. Esse seria o valor básico para uma peça absolutamente sem uso que, no caso de Armas Esportivas, pode aumentar em até 20% em sendo peça muito procurada, ou então ser reduzido na mesma faixa para as que, mesmo muito bem conservadas, já foram utilizadas.
Armas para Defesa Pessoal ou Militares
São peças que, mesmo de fabricação recente, têm seus preços comandados muito mais pelo processo de demanda e oferta que pelo mero cálculo de sua importação. Considero ser esse um tipo de arma que, para quem compra, não há uma necessidade técnica temporal como a do Esportista: o comprador que as adquire não tem pressa e faz negócios quando se apresenta uma ocasião favorável. Assim sendo, esse é um tipo de arma em que consideramos seu valor básico como sendo igual ao da mesma peça em seu país de origem, podendo subir um pouco quando for arma "da moda" e descer um pouco quando já estiver usada. É importante frisar, ao final deste tópico, três conceitos fundamentais: