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MAGNUM é uma Revista dedicada ao universo das Armas de Fogo. Aborda Colecionismo, Tiro Esportivo, Munições, Recarga, Balística e Legislação pertinente ao assunto. Além de abordar Arqueiria, Caça, Cutelaria, promover entrevistas com pessoas ligadas a cada um desses setores e cobrir lançamentos de novos produtos - no Brasil e no mundo -, buscando estimular seus Leitores ao trânsito saudável, consciente e responsável através desses temas.
UMA PERGUNTA PARA O BRASIL: O QUE É MELHOR, PROIBIR OU EDUCAR?
Nosso assunto se relaciona às Armas de Fogo e às inúmeras investidas para proibi-las, mas proibição e educação se estendem a mui tos outros assuntos que interferem na vida dos cidadãos.
Há alguns anos, adotei o mote ‘PROIBIR É SE MOSTRAR INCAPAZ DE EDUCAR’.
Isso porque eu realmente acredito que a proibição sem estudo e indiscriminada é o resultado da desconfiança de uma classe sobre a outra, considerada inapta e que se torna objeto de controle pela falta de acesso à informação imparcial e à educação. Contudo, parece que boa par te das autor idades brasileiras e dos governantes tem predileção pelo verbo proibir. Ao contrário, a educação é deixada de lado e ao acaso.
Lamentavelmente, a disponibilidade de material técnico em nosso idioma – livros, manuais, catálogos – versando sobre armamento e tiro é muito reduzida, impossibilitando aos interessados no segmento aprimorar seus conhecimentos. Evidentemente, em outros idiomas o assunto é fartamente explorado, mas o perfeito conhecimento dos mesmos se faz necessário.
Lembro-me do meu tempo de faculdade de engenharia (terminada em 1955) onde, além das apostilas preparadas por alguns colegas – merecedores de todo o nosso agradecimento – só tínhamos à disposição livros nos idiomas inglês, espanhol, italiano, francês e alemão. Como o então curso ginasial incluía o estudo das línguas francesa e inglesa e o espanhol não é difícil de entender, quase todos conseguiam utilizar as publicações nesses idiomas, sem dúvida com o auxilio de dicionários. O alemão e o italiano só podiam ser utilizados por aqueles que, por sua origem familiar, os tivessem aprendido.
A revista Magnum, tem procurado – e conseguido – divulgar conhecimentos sobre armamento e tiro visando aprimorar os conhecimentos dos apreciadores do segmento não só através de suas publicações periódicas, mas também, com edições específicas sobre legislação, armas, dicionário inglês/português, arco e flecha, armas de pressão, recarga e identificação de munições, além de inúmeros catálogos sobre armas, munições e produtos correlatos fabricados no Brasil. Continuando esse trabalho de divulgação, estamos apresentando nesta edição especial, um tópico até agora não explorado e sobre o qual muito temos sido perguntados: limpeza, lubrificação e conservação de armas de fogo.
Para fazê-lo, foi convidado nosso colaborador, eng° Helio Barreiros sem dúvida já bastante conhecido – e apreciado – pelos nossos Leitores por todos os testes de armas por ele realizados e publicados na revista, bem como por outros ligados a facas, lâminas e cuteleiros.
Nesta publicação, Helio dedicou bastante tempo em pesquisas sobre o tema e nos apresenta com sua costumeira redação tecnicamente correta, mas de fácil compreensão e com leitura agradável e coloquial, um excelente trabalho que temos certeza será muito apreciado por todos que o lerem.
O assunto aqui tratado é de extrema importância para que armas de fogo possam, não só durar muito tempo, mas também, manter funcionamento perfeito, a qualidade com que foram fabricadas e a precisão de que são capazes. Aqueles que aprenderem e seguirem os ensinamentos aqui apresentados irão apreciá-los e deles usufruir.
Boa leitura e aproveitamento!
BRINCADEIRA DE CRIANÇA VIROU QUESTÃO DE SEGURANÇA NACIONAL
ANO DE 1978 - Ronco de motor, barulho de portão, o menino larga imediatamente o que está
fazendo para receber o pai que chega de mais um dia de trabalho. Abre a porta e se depara com o sorriso do pai e em suas mãos um embrulho, uma longa caixa que parecia, para uma criança de oito anos, muito maior do que ela realmente era. Ávido, esfrangalha
o papel de embrulho com a imagem da deusa da Caça, o logotipo da extinta loja de Caça e Pesca Dia na Paolucci, que ficava no bairro do Brás, em São Paulo. Por de trás do papel outro logotipo, gravado no papelão pardo da caixa, denunciava o conteúdo. Infelizmente, os anos borraram a certeza de qual era o fabricante, mas não tiveram poder para apagar a
alegria daquele momento: o menino acabava de ganhar sua primeira “espingarda de chumbinho”!
Durante anos, nas ruas não pavimentadas da Praia Grande, aquela “espingarda” o acompanhou. Caixas de fósforos, latas de refrigerantes, soldadinhos de plástico, batatas roubadas da cozinha da mãe... eram alvos, quase tudo era um alvo, com exceção de passarinhos e lâmpadas dos vizinhos, pois o pai avisara - “se matar passarinho ou quebrar alguma coisa, perde a espingarda!” Ele sabia que o castigo era justo e certo. Jamais correria o risco de ficar sem sua companheira de aventuras verdadeiras e imaginárias.
Anos se passaram, outras tantas “espingardas de chumbinho” vieram e, infelizmente, se
foram, não restando resquícios físicos, mas deixando marcas indeléveis de uma paixão que só cresceria.
Como de costume
Estou na rua, pergunto se ela quer que leve algo para casa. Ela está fora de casa, me pergunta se quero algo da rua. É hábito que temos, há tempos, desde que partimos para dividir companhia e contas sob o mesmo teto, há mais de dez carnavais.
Ora é limão, ora leite, ora é água com gás. Uma revista, papel-toalha, pó de café, ou cerveja... ora um vinho de mesa. Varia o troço. Varia bastante. Mas ninguém atrapalha ninguém -- claro que não (!) -- pedindo algo ou alguma coisa que esteja fora do trajeto.
Na sexta-feira passada -- dia cinco de junho deste dois mil e vinte --, ela perguntou se eu queria algo do shopping Colinas. Contou que, voltando de reunião em Jacareí, passaria por lá, atrás da troca de um “sei-lá-o quê de vestir”, indo depois para casa, de onde seguiríamos até Gonçalves, na Mantiqueira geralista. Eu, que detesto shoppings e vinha enrolando (e enrolando e enrolando e enrolando...) para ir conhecer as instalações da nova unidade da Arsenal Guns & Ammo -- loja do meu amigo Chico Pinto -- enxerguei ali a subitânea e conveniente oportunidade de ajudar a loja, sem pisar o piso com as botas, fazendo da cara-metade a procuradora em uma primeira comprinha.
Nesse shopping joseense, a Arsenal fica no piso superior, bem perto dos caixas eletrônicos, vis-à-vis à tal da loja onde ela iria fazer a troca do “sei-lá-o-quê de vestir”. Não seria quase trabalho nenhum... e a compra era pouca.
Pedi que trouxesse um tijolo de .22 LR, metade high-speed, metade comum, para fazer latinha voar. Uma calibre 20, Boito Reuna, e duas caixas de cartucho qualquer, slug, pra deixar com o caseiro. Também duas caixas de .44 Boar -- a versão .44 WCF +P+, que a CBC lançou, inda agorinha, comemorando o primeiro aniversário do novo governo. A javalizada, em Gonçalves, infelizmente está fervendo (...).
Fosse em outra fase, fosse nos governos passados, compra assim seria coisa cara, burocraticamente inviável e nunca, mas NUNCA poderia ser delegada a um portador, mesmo que à esposa. Como -- graças a Deus (!) -- os tempos são outros, entre o estacionamento de chegada, as lojas, a troca, a compra, pacotes e saída, Diana não perdeu mais do que trinta ou trinta e cinco minutos.
Ela fez a compra no meu CPF, que é atrelado ao dela, e que automaticamente comunica as agências de controle. Pagou os R$ 665,ºº totais com o nosso cartão da Cooperativa de Crédito do CAC e, com a ajuda de um aprendiz de balcão da Arsenal, molecão de uns dezesseis, Diana levou os pacotes de espingarda e munição até o porta-malas, estendendo gorjeta, e saindo ao estacionamento do Colinas com a exata mesma tranquilidade de quem sai das compras da quitanda, do açougue, ou da adega. Como sempre. Como SEMPRE deveria ter sido.
(nota: escrito pelo Caio Bava, o texto aqui é ficcional e conta de um futuro próximo [...] e desejado.)
REESTRÉIA DE UM “FILME” QUE TODOS JÁ VIMOS!
Assim como na propaganda de um prepara do para bebida láctea bem conhecido, “há mil maneiras de se fazer um Editoria l como este ” - mas resolvemos começar pelo INCRÍVEL desrespeito à opinião popular, ou seja, simplesmente sugerir que se faça um novo referendo (ou plebiscito) quanto à questão das Armas de Fogo!
Dentro de tal linha de pensamento, pode-se intuir que, daqui para frente, sempre que um resultado obtido nas urnas não agradar o governo, far-se-á outro e pronto! Humm... isso não só “cheira” a malévola intervenção mas também é, escancaradamente, uma maneira de se rasgar a Constituição Federal: desrespeitada, desta vez, a vontade do Povo, o que impede quaisquer governantes de repetir a dose sempre que lhes for conveniente?
Assim, já extrapolamos a questão das armas e passamos para uma atitude de imposição que passa bem longe do conceito de Democracia...