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MAGNUM é uma Revista dedicada ao universo das Armas de Fogo. Aborda Colecionismo, Tiro Esportivo, Munições, Recarga, Balística e Legislação pertinente ao assunto. Além de abordar Arqueiria, Caça, Cutelaria, promover entrevistas com pessoas ligadas a cada um desses setores e cobrir lançamentos de novos produtos - no Brasil e no mundo -, buscando estimular seus Leitores ao trânsito saudável, consciente e responsável através desses temas.
Absurdo dos absurdos
Que grandes jornais brasileiros dão oportunidade de escrita a pessoas despreparadas não é nenhuma novidade. Igualmente, não é novo que tais tipos tendem – desesperadamente – se promover uma vez que tem essas oportunidades nas mãos. Entretanto, o absurdo dos absurdos foi publicado na edição de 03/03/98 do grande jornal “o Estado de São Paulo”, em artigo intitulado “porte de arma branca”, de autoria do advogado criminalista e professor de direito penal da USP Paulo José da Costa Jr.
Após tomar mais de 50% do texto explicando os principais pontos da nova lei de armas de fogo, o advogado propõe a criminalização das armas brancas que não sejam estritamente empregadas de forma utilitária, ou seja, como instrumentos de trabalho, baseando toda as sua esdrúxula tese em função de existir uma desigualdade de tratamento penal entre os 2 tipos de arma, caso portadas ilegalmente.
As lições do tumulto de Los Angeles
O tumulto da Grande Los Angeles, Califórnia, teve sua origem quando a televisão norte-americana, a partir do início de junho deste ano, pretensamente apenas informando que se aproximava o julgamento dos policiais envolvidos no espancamento do motorista negro Rodney King, insistentemente mostrava que nos telejornais apenas algumas cenas de um vídeo-tape amador que havia registrado o incidente. Nestas cenas, o motorista Rodney King era mostrado como a mais plena das vítimas, “alvo cruel da selvageria de policiais brancos.”
O total da gravação desse vídeo, entretanto, tem 18 minutos e 16 segundos e revela também que o forte motorista negro Rodney King (1,83m de altura e 113 kg de peso), mesmo após ter tomado duas descargas elétricas de 50000 volts cada de uma “stun gun”, embriagado que estava, levanta-se agilmente e, gritando palavrões, empurra um dos policiais, momento exato em que os outros três correm em sua defesa, golpeando o agressor com seus cassetetes e um deles chutando-o até que cesse a agressão. No final da fita de vídeo, King, já em vias de ser colocado na viatura policial, embora duramente espancado e algemado, ainda esboça uma última tentativa de agressão.
Aquilo que outrora fora definido, em editorial, como um dos mais buscados “objetos de desejo” - notadamente entre nossos Leitores – é, sem dúvida a Pistola.
Curiosamente, elas só não são mais fáceis de serem construídas do que os revólveres, já que esses últimos demandam perfeito alinhamento entre tambor e cano e, ainda por cima, a correta observação do “gap”, ou seja, aquela distância existente entre os citados componentes para que não haja escape de gases acima do normal (o que levaria à redução da velocidade dos projéteis, entre outros problemas) e, além disso - no caso de “gap” pouco pronunciado - o que se traduz pela ausência da necessária folga, a possibilidade de ocorrer interferência cano-tambor, algo que poderia vir a travar o giro desse último.
Por outro lado, sabe-se ser mais fácil construir uma metralhadora de mão simples do que uma pistola - ora objeto deste Especial - em função de certas tolerâncias algo mais restritas no caso da pistola devido a suas menores dimensões visando à possibilidade de porte.
Contudo, sem nos atermos a particularidades técnicas, nesta Publicação o Leitor terá um apanhado de diversas marcas e modelos, muitos deles com interessantes peculiaridades, inclusive históricas, as quais bem demonstram que “reinventar a roda” nem sempre é um bom caminho - isso bem demonstrado em alguns dos textos aqui presentes onde é visível o reaproveitamento de ideias e as possibilidades de driblar patentes e, desse modo, evitar o pagamento de direitos autorais (os famigerados “royalties”) que, por vezes, desencadeiam verdadeiras batalhas entre Fabricantes.
Dentre as aqui apresentadas poderão ser vistos vários exemplos de armas modernas e também antigas, as quais tiveram o condão de ficarem “vivas” mesmo após a mudança de Século, ou seja, com reaproveitamento de conceitos e soluções mecânicas até então insubstituíveis; e a Colt Commander, assim como a Imbel .40 S&W, é bom exemplo do que aqui foi explanado. A Glock 28 é indiscutível fórmula da continuidade de aplicação de polímeros em sua construção (embora as Glocks - ao contrário do que se pensa - não constituam a primazia de terem sido as primeiras a empregar tal tipo de material, cabendo tal honra à HK).
A Bersa Thunder .380, fabricada em nossa vizinha argentina, também figura como boa demonstração desse reaproveitamento de conceitos, enquanto a Firestar e a Bul M5 exemplificam bons produtos surgidos, respectivamente, na Espanha (na prolífica região de Eibar) e em Israel. A Roth Frommer, por sua vez, é fruto de antigo projeto, muitas vezes modificado. E na esteira de uma modernidade absoluta surge a FN Five Seven, a qual emprega a mesma munição da excelente metralhadora de mão da conhecida Fabricante belga, a P 90.
A Walther P99 é mais um produto da modernidade, ao passo que a INA bem representa a tentativa brasileira de fabricar armamento próprio. Quanto à Beretta 84, cremos que dispensa apresentações, já que a tradicional pistola italiana traz em seu DNA toda a genética que ainda é vitoriosa nos dias atuais.
E, para encerrar, também enfocamos aqui a Taurus Millennium que, como a própria denominação dessa pistola já sugere, enfoca a separação entre milênios, ou seja, criada de olho no futuro. Dotada de novos elementos - como o Leitor bem poderá observar na matéria correspondente, ela representa um avanço conceitual dentro do programa estabelecido pelas Forjas Taurus.
Como bem se pode notar, a gama de armas aqui exposta é bastante abrangente; e certamente fará a alegria de nossos fiéis seguidores.
Os avanços conseguidos por este novel Governo Federal nos dão conta de que os calibres proibidos ao tempo do ditador Getúlio Vargas começam a ser liberados ao Cidadão comum, ou seja, aquele que passar pelos exames e verificações de praxe (psicológico, de manuseio e, claro, de antecedentes criminais) e neles for aprovado.
Com isso, alguns cartuchos que eram tão somente “objetos de desejo” passarão, doravante, a “normais”. Em outras palavras, ficaremos livres do jugo a nós imposto durante aquele período ditatorial e que pouco mudou com o passar dos anos.
Então, ao Brasileiro eram apenas permitidos armas e cartuchos nos calibres .22, .32, 7,65 mm e .38 (para armas curtas. Para carabinas era permitida a utilização do .44 Winchester, não Magnum) até que um de nossos Ministros da época, ao ouvir os apelos de pessoas de bem que julgavam tais calibres abaixo dos níveis considerados suficientes; e então essa mirrada lista teve a adição do .380, mas paramos por ali.
E, depois de tantos anos (décadas, para sermos mais exatos) de nós, amantes do Tiro e partidários da utilização de Armas de Fogo como objetos de Defesa, pleitearmos as mudanças que são agora anunciadas, surge uma nesga de Liberdade nesse horizonte que, anteriormente, se mostrava tão sombrio e caminhando na direção de exemplos de outros países de cunho ditatorial.
Desse modo, aqueles calibres anteriormente considerados como “que matam mais” (dito interno aqui na MAGNUM) são agora - e finalmente - liberados para o público consumidor-alvo, qual seja, aquele que pode possuir as armas que sempre desejou e dentro da legalidade. Afinal, a bandidagem nunca precisou esperar por leis que a favorecessem, haja vista que maus elementos nunca precisaram de quaisquer licenças para portá-las e utilizá-las.
De maneira mais sábia buscou-se, agora, fazer alguma limitação de calibres em função da energia* liberada no disparo (aqui entram Velocidade e Peso do projétil) - algo com muito mais sentido do que apenas o embasamento no diâmetro de um dado projétil, como era antigamente, já que, para exemplificar, tanto o .357 quanto o 9 mm (e até o .380) o tem praticamente igual àquele de um .38 SPL.
Ainda faltando uma certa definição entre calibres “restritos” e/ou “proibidos”, mesmo assim o Consumidor poderá desfrutar de bem maior gama de calibres - como acontece em outros países pelo mundo afora - e, consequentemente, alavancando o mercado de armas & munições, ou seja, aumentando a produtividade do parque nacional (com isso, criando um maior número de empregos diretos e indiretos) e brindando o Brasileiro com possibilidades que antes lhe eram negadas, seja por ingerência política (interna ou externa) ou coisa pior, por parte daqueles que nada entendem do assunto e que, contudo, tendo o poder para tal, usam e abusam de Seguranças armados que lhes garantem, em pleno, a liberdade de ir e vir sem se preocuparem com roubos, sequestros e outros perigos desse tipo.
Assim, nós de MAGNUM antevemos um grande e próximo salto na evolução econômica e cultural de nossa amada Nação em função de atitudes acertadas de nossos atuais governantes. Não é simples otimismo! Trata-se, apenas, de observação dos rumos, notáveis, pelos quais estamos passando - e quem isso não reconhece ou repudia, às vezes até mesmo como massa manipulada e pouco consciente, sem dúvida, estará trabalhando em função de interesses escusos que pouco a pouco vêm sendo desvendados, *N. da R.: O máximo de energia agora autorizada é de 1505 joules - número que abrange a grande maioria dos calibres que anteriormente eram vetados à utilização por civis e, para que o Leitor possa dimensionar tal dado, basta lembrar que uma carabina ou pistola no desejado calibre .40 (o mesmo de emprego por muitas de nossas Polícias) o tem por volta de um máximo de 670 joules.
Os calibres que ainda restam como não permitidos são, por exemplo, o 5,56 mm (.223) e o 7,62 (.308), ou seja, ainda não chegamos ao nível, por exemplo, dos EUA. Continuam ainda proibidas as armas automáticas, ou seja, aquelas capazes de disparar em rajadas, como metralhadoras de mão e certos fuzis que apresentam tal capacidade.
Tudo pode ser resumido na criação de novos parques fabris e, ainda, um incremento na importação de armas (lembrando que tais instalações industriais poderão até mesmo se dedicar à exportação de produtos nacionais). E, para encerrar, listamos agora os calibres e armas que, doravante, poderão também ser comercializados em Lojas:
9 mm P, .357 Magnum, .40 S&W, 10 mm e .45 ACP.
Lincoln Tendler
Coordenador Técnico da Área Internacional
Carta Aberta ao Ministro do Exército
Caro General Leônidas Pires Gonçalves:
“Ano novo” vida nova!”. Esta curta (e verdadeira) frase poderia ser a síntese deste novo Editorial, mas ela é simples e vaga demais para representar os anseios de toda a comunidade honesta envolvida com Armas neste nosso grande Brasil.